O irmão mais velho é um beijoqueiro. É este o papel dele ao cuidar da irmã. Diz que o beijo faz mágica, não importa se a irmã está se alimentando, dormindo ou se a fralda está sendo trocada. O irmão mais velho se aproxima lentamente, dá um beijo rápido na testa e outro, estalado, na bochecha. Quase sempre a irmã reage. Espreguiça, abre os olhos ou chora.
Nem só de beijinhos se constrói a relação entre os irmãos. Ele, mais velho e alfabetizado, lê histórias enquanto ela é embalada nos braços de algum adulto para acalmar o choro. Às vezes, o irmão mais velho reclama de toda atenção que a irmã mais nova recebe. Ele pede colo, e recebe. Também gosta de contem histórias para ele, mas o que ele gosta mesmo é algo que a irmã ainda não pode fazer — e ele já prometeu ensinar quando ela for maior —, que é jogar videogame.
Entre perdas de moedas, anéis e vidas, ele encontra um tempinho para deixar mais um beijo na testa da irmã, que dorme no colo do pai ou bebe leite do seio da mãe.