Gosto de onde moro, do cheiro da minha casa quando entro depois de dias ausente. Dos ruídos que têm por aqui, de escutar maritacas, o carro do pão de queijo, o do camarão e o das frutas.
Desfiz as malas com tranquilidade.
Encontramos uma máquina fotográfica analógica e mostramos à criança como funciona. Falamos sobre como era fotografar, comprar os rolos de filme, revelar, e, revirando algumas coisas, encontramos fotos antigas.
Arrumamos a bagunça.
Certa vez, morei num prédio de esquina. A janela ficava de frente para a rua e fazia uma curva. Havia prédios por perto, numa distância razoável o suficiente para que não conseguíssemos olhar dentro da casa dos vizinhos.
Quando chovia, corríamos para a janela para ver as poças se formando lá embaixo e os motoristas de carros pequenos atravessando os bolsões d’água com ousadia.