Quando eu era criança, passava dias inteiros olhando para ela e penteando seus longos cabelos negros ondulados.
Eu a cortejava todos os dias. A escova deslizava levemente e a soltei lentamente até que ela rolou junto com uma curva final.
Ela tinha cabelos lindos, penteá-la era cem vezes melhor do que pentear bonecas.
Ela era oito anos mais velha que eu; não nos conhecíamos bem, pelo menos até eu me tornar adulta. Até aquele momento, eu representava para ela apenas um aborrecimento inevitável.
Como só os irmãos e irmãs mais novos sabem ser, sem querer.
em Gianna: Ela, minha irmã, de Carmen Salis
Tradução de Elaine Pinto Silva