Acho que foi a primeira vez que matei uma mosca. Ela apareceu no banheiro hoje de manhã. Deu voltas e mais voltas. Talvez por reflexo, meu primeiro recurso para atingi-la foi a mão. Espantei a danada, mas só por alguns minutos ela voltou em seguida. Será que queria vingança? O dia correu. Voltei no fim da tarde para dar banho no meu filho. Lá estava ela. Não deve ter ido embora. Ficou esperando a hora certa para atacar. Não fui tão ingênua quanto de manhã, peguei um chinelo de borracha. Fez algum volume, mas, de novo, a única coisa que consegui foi espantá-la.
Saí do banheiro me sentindo derrotada, mas logo esqueci, outras coisas me chamaram a atenção. Voltei ao banheiro. Minha vez de tomar banho. O de sempre: água, sabonete e um hidratante para fechar. Quem aparece? Sim, ela mesma, a mosca debochada de mais cedo. Desta vez, não pensei muito, e acho que ela também. Pousou na parede, bem na minha frente. Será que queria rir de mim mais uma vez? Acreditou que iria me derrotar? Pois eu saí vitoriosa! Com a toalha nas mãos fiz um movimento rápido na direção do minúsculo inseto sobre a parede rosa. Caiu no chão. Peguei um pedaço de papel e joguei na lixeira.
Acho que foi a primeira vez que matei uma mosca.