Querido diário, fiz anotações para os exercícios. Não respondi os e-mails (ainda, a noite está só começando). Senti meu coração acelerar por qualquer coisa. Estou olhando para um quadro de Van Gogh (ok, é uma reprodução, mas você entendeu, deixa de ser chato, diário). Há duas horas me sentei para escrever e não avancei um milímetro.
Três livros estão diante de mim, na minha mesa, e eu tinha intenção de tê-los lidos seis meses atrás. Hoje abri o primeiro deles.
É que estava terminando de ler um romance com pessoas apaixonadinhas. É gostoso, tem um pouco de drama e se passa numa época pré-whatsapp. Acho divertido quando alguém fala que fulano ligou ou mandou um sms.
Tem gente que diz que livros assim são datados. Bom, são, mas e daí, né? A materialidade do mundo que nos rodeia não atravessa também nossas questões existenciais?
Ok, diário, parei de fingir que você pensa do mesmo jeito que eu e que conversa comigo do mesmo jeito que converso com você. Parei por hoje, a criança ainda precisa jantar, e eu também.