Sabe onde eu queria estar hoje? Em Florença. Em um dia tão quente que sorvete algum daria conta. Ainda assim, eu pediria uma taça de vinho branco da casa para acompanhar meu almoço que consistiria em um sanduíche de queijo, rúcula, tomate e presunto. Depois, iria me sentar no meio-fio, um pouco afastada da fila, e saborear a circulação de muitos idiomas que desconheço.
Terminado o almoço-sanduíche, levanto e vou em direção à praça que fica no lado oposto. Circulo a Duomo, encho minha garrafa d’água em um dos bebedouros da rua, entro na minha sorveteria preferida. Peço um copinho com dois sabores, fragola e stracciatela, meus favoritos. Continuo em direção à praça.
Há um carrossel lá no meio com muitas crianças se divertindo. Está cheia. Tanta gente circula por ali. E está tão quente.
Acho que os brasões na fachada da igreja se misturaram na minha visão, pode ter sido o sol, o calor, a multidão. Volto para a aula de conversação. No fim da tarde, no passeio com o grupo do curso o “americano” leva uma bronca da francesa. Ela diz, em italiano e revoltada, que ele não é o único americano por ali, há também os brasileiros, chilenos e a amiga dela colombiana. O rapaz fica constrangido e parece não entender o que ela diz, mas certamente entende o tom.
Quase [só quase] fiquei com dó do moço.
Depois de cada um se apresentar, dizer seu nome e nacionalidade (a professora abriu um sorriso enorme quando eu disse que moro na cidade que tem a praia de Copacabana), é o momento de saber o itinerário.
Caminhar pelas ruas do entorno, degustar petiscos em biroscas, ir em uma igreja e terminar o passeio com um sorvete. Mais um.
É isso, diário, que eu queria estar fazendo hoje. Só queria tomar um sorvete em Florença.