Fui acordada.
Levantei mal-humorada.
Ventou e choveu.
Saí de casa, depois de adiar o máximo que pude.
Esperei longamente pelo ônibus mais podre dessa cidade.
Quando chegou, o óbvio, estava cheio.
O sol começou a aparecer.
Na minha bolsa mal cabiam uma sombrinha e o casaco.
Outro ônibus apareceu logo atrás do primeiro.
Embarquei.
Sentei-me ao lado da janelinha.
Ela batia alucinadamente com o balanço do ônibus.
Ao fundo, um barulho que parecia ser um ventilador ligado na potência máxima.
Era o motor do ônibus.
As janelas estavam travadas.
Peguei sol.
Parou de ventar.
Parou de chover.
Cheguei no horário.
Deitei no divã.
Lembrei do passado.
Depois voltei ao presente.
Liguei os pontinhos.