Desde criança gosto das manhãs. Gosto de manhãs geladas e também daquelas em que a gente mal acorda e o suor já começa a escorrer pela testa.
Quando era adolescente, morei em um lugar em que, quase todas as manhãs, quando eu abria a porta, tudo o que enxergava era uma névoa. Tudo em volta estava cinza e denso, e o ar úmido. Logo a névoa se dissipava e o sol aparecia.
Escrevi pela manhã. Planejei os próximos dias. A rotina voltou para o meu colo. Gosto de rotina, de ter as coisas planejadas, de seguir um roteiro.
Desenhei pinguins, girafas e armários. Assisti a um filme. Fiquei em silêncio. Silêncio, ah, como é bonito, e que luxo tê-lo.