Ele puxou o assunto o dia. Perguntou se eu sabia qual era seu doce preferido do dia de São Cosme e Damião. Fiquei intrigada com o detalhe de um doce específico para um dia específico. Respondi que não sabia. Livrei-me da adivinhação. Ele mesmo queria me contar, então disse sorridente:
— Maria Molenga.
Adoro quando ele subverte os nomes das coisas, preservando seu jeito infantil que se perde um pouco a cada dia. Meu doce preferido do dia de São Cosme e Damião também era Maria Molenga. Ele riu ao ouvir meu comentário. Talvez feliz pela coincidência que nos tornava, agora, cúmplices.
Assim seguimos em direção à escola, discutindo nossa preferência por Maria Molenga. Discutindo texturas, cores e sabores. Vez ou outra interrompidos por alguém que o ofertava um saquinho cheio de doces.