Acordei num sobressalto com o alarme da campainha. Tirei da cama o corpo pesado, ainda ressacado da noite anterior. Abri a porta com a cara amassada, os cabelos bagunçados. Bom dia. Engano. Era na porta ao lado. Preparei um café forte. Bebi lentamente. Fui tomar banho. O jato d’água forte e frio molhava meus cabelos jogando-os para baixo. Como uma massagem nas costas. Depois do banho coloquei uma roupa toda branca, espalhei corretivo no rosto.
Na esquina de casa um temporal.
Pulamos para dentro das águas que caíam do céu, erguemos os braços e cantamos a plenos pulmões. Dançamos nas poças que agora enfeitam os becos de paralelepípedos do centro da cidade. Volto para casa encharcada. A roupa branca encardida e amassada.
O corpo desperto, leve e iluminado.