Oi, sumida

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Querido diário, voltei. Sumi. Mas voltei. Sim, estou de volta. Por enquanto. 

Parece que foi há muito tempo que estive por aqui. 

“Por aqui” significa escrevendo. Escrevo estas poucas linhas de minha intimidade.

Sim, falo de coisas íntimas contigo. 

Parei de escrever. Parei de ler. Tenho realizando coisas, aquelas que não precisam de muita imaginação. 

Executei as tarefas. Deu tudo certo. Mas tive de parar de escrever por um tempo. 

Qualquer período que eu fique sem escrever, sinto que não tenho mais habilidade para isso. 

Qualquer período em que eu me esqueça de pegar o caderno para anotar as ideias, acredito estar vazia.

Qualquer período em que eu fique afastada de você, meu caderninho azul, para despejar todo o cansaço físico e mental das tarefas do dia a dia, sinto que já não consigo criar uma história. 

Quanto tempo dura essa ilusão de tentar dar conta de tudo?
Mesmo quando sabemos que não conseguimos, que não tem como? 

Hoje voltei a escrever. Voltei a ler. 

Ainda tenho uma geladeira cheia de sucos e refrigerantes para gerenciar. 

Estou tentando consertar as coisas. Estou tendo ideias.  

Estou feliz.

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