Querido diário,
às vezes, nos esquecemos das coisas. É comum. Bastante comum, eu diria. Num dia, são as chaves, no outro, o potinho de álcool para levar na bolsa. Há aqueles dias em que esquecemos de beber café — por causa da pressa, sabe como é. Há também aqueles em que esquecemos de escovar os dentes, ou de tomar banho — e quando percebemos já são quase onze da noite, fazendo dezoito graus. Mas vamos lá mesmo assim.
A conta de luz ficou sobre a mesa, e era para levar para pagar na hora do almoço. A foto para imprimir e levar para a escola do filho. A capa de chuva que ficou pelo caminho e você se molhou na volta para casa. Esquecemos de responder a mensagem de um amigo, de tirar a carne do congelador. Mas o esquecimento mais brutal é quando não nos damos um beijo de boa noite.